Pesquisa inovadora revela que esses insetos não agem apenas para se alimentar e acasalar
Pesquisa publicada pela revista Animal Behavior revela que abelhas também podem brincar. E não é necessário haver uma recompensa para elas participarem de determinadas atividades.
O estudo envolveu 45 abelhas da espécie Bombus Terreste, conhecidas como abelhões-terrestres. Elas foram inseridas em uma arena interligada com uma área de alimentação, mas, para chegar lá, elas passavam por um corredor com bolinhas coloridas de madeira. Algumas delas estavam presas no chão e as outras, soltas. Os pesquisadores registraram que todas as abelhas pararam para empurrará-las, pelo menos uma vez. Uma delas gostou tanto que até brincou com o objeto 117 vezes. Antes desse estudo, os especialistas ainda não cogitavam que os insetos poderiam ter sentimentos ou agirem apenas para sentir prazer.
Os estudiosos descobriram que a atividade de empurrar as bolinhas não foi motivada por uma tentativa de sobrevivência, chamar atenção para acasalamento, exploração de comida ou limpeza de desordem. Foi, puramente, por diversão.
Além da vontade que os insetos sentiram de brincar, os estudiosos observaram uma diferença entre as abelhas fêmeas e machos, além da influência da idade. Para surpresa dos pesquisadores, os insetos mais jovens brincaram mais. As que tinham três dias de idade se interessavam mais pelas bolinhas do que as mais velhas, que tinham mais de 10 dias de vida. Os machos também conseguiam rolar a bola por mais tempo do que as fêmeas.
Segundo a conclusão do estudo, a brincadeira é um estímulo “recompensador incondicionado”, ou seja, as abelhas sentem prazer sem ter sido treinadas para rolar a bola ou receberem algo em troca. Segundo a ecologista comportamental especializada em insetos, do Centro Universitário Cornwall Newquay, no Reino Unido, o fato de as abelhas mais jovens gostarem de brincar pode estar ligado à uma preparação para o mundo onde habitam.
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