CIÊNCIA

Estrela é feita em pedaços por buraco negro

Raro evento cósmico libera incríveis quantidades de energia

Por: Carlos Taquari
Da redação | 1 de dezembro de 2022 - 21:55

Um grupo internacional de astrônomos, trabalhando nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Chile, registrou um raro evento cósmico: uma estrela se aproximou demais de um buraco negro e, primeiro, foi feita em pedaços e depois engolida.

Os cientistas acreditam que um evento como esse libera enormes quantidades de energia. E a luz resultante desse fenômeno só agora chegou à Terra, embora a destruição da estrela tenha ocorrido há 8,5 bilhões de anos, quando o universo era apenas um terço do atual.

Um estudo sobre esse fenômeno foi publicado pelas revistas Nature e Nature Astronomy. Participaram desse estudo cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts-MIT; Universidade de Birmingham, no Reino Unido; Universidade de Swinburne, na Austrália; e do Observatório Europeu do Sul-ESO, que opera a rede de telescópios instalados no deserto de Atacama no Chile.

A partir dos dados levantados, os cientistas reconstituíram o fenômeno em computação gráfica, para se ter uma ideia de como foi a aproximação da estrela, sua destruição e, na sequência, a energia e a luz liberada.

O fenômeno reproduzido em computação gráfica (Ilustração: ESO)

A estrela foi batizada de AT 2022cmc. O número indica que a luz chegou à Terra neste ano, em fevereiro último, mas os cientistas levaram meses para estudar o fenômeno e chegar a algumas conclusões.

O estudo permite aos astrônomos algumas descobertas relacionadas com os gigantescos buracos negros e como eles podem destruir e engolir as estrelas que se aproximam. Mas ainda ficam mais dúvidas do que respostas, admitem os cientistas. Os astrônomos já haviam registrado eventos semelhantes a esse no passado, mas nunca com um impacto tão violento. Esse também foi o mais distante no tempo, já observado.

“Pela quantidade de luz, sabemos que algo de proporções gigantescas ocorreu e isso se deve a um super buraco negro”, afirmou o Dr. Benjamin Gompertz, da Universidade de Birmingham, um dos participantes do estudo.

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