Na pior seca em 40 anos, os animais invadem áreas da pecuária e são mortos por caçadores
A agência de conservação da vida selvagem, Kenya Wildlife Service, confirmou que dez leões foram mortos por caçadores, nos últimos dias, na região Sul do país. Entre os animais abatidos está Loonkiito, de 19 anos, considerado o leão mais idoso em toda a África. De acordo com com o KWS, o número alarmante de animais mortos pelos caçadores contratados pelos fazendeiros representa o aumento do conflito entre humanos e a natureza.
Os animais viviam em uma área protegida, denominada “Lion Guardians”, administrada por ambientalistas. Mas, com a pior seca já registrada no Quênia, em 40 anos, eles deixam a reserva e se aventuram em busca de comida pelas terras ocupadas pelos criadores de gado e, então, são abatidos a tiros. A organização atribui a longa vida dos leões selvagens mais velhos nos últimos tempos, aos esforços das comunidades locais que compartilham a terra com os grandes felinos. “Uma década atrás, não tínhamos leões sobrevivendo além dos 10 anos de idade”, afirmou a “Lion Guardians”.
Loonkiito foi morto aos 19 anos por um dono de gado. (Foto: Philip J. Briggs/Lion Guardians)
Um comunicado do KWS confirma que os leões mataram 11 cabras e um cachorro, nas últimas semanas, o que deu origem a uma caçada contra eles, organizada pelos pecuaristas.
“As discussões centraram-se na exploração de formas de minimizar o risco de conflito entre humanos e animais selvagens, incluindo o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce para alertar as comunidades sobre a presença de vida selvagem nas proximidades”, afirmou o KWS.
A área onde ocorreram os incidentes faz parte de um ecossistema denominado Amboseli, cuja proteção conta com o apoio da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Trata-se de uma reserva situada aos pés do Monte Kilimanjaro, um dos locais mais representativos da vida selvagem na África.
