Começou neste domingo no Egito a 27ª Conferência do Clima da ONU, cuja missão central é conter o aquecimento global
Ellen Francis e Adela Suliman,
Do Washington Post
Milhares de pessoas de todo o mundo estarão no Egito a partir deste domingo para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — a COP27.
Aqui, o que é importante saber sobre a Conferência:
Resposta: A tradução literal é “Conferência das Partes”, mas explica-se melhor como “Conferência do Clima”. Desde 1995, os líderes mundiais e seus delegados se reúnem anualmente para discutir a questão crítica do aquecimento global, emissões de carbono e como enfrentar as mudanças climáticas.
A reunião deste ano marca a 27ª reunião da Conferência do Clima da ONU, ou COP27, para abreviar.
Reciclagem de lixo, sempre no topo da pauta das COP (Foto: Tom Fisk/Pexels)
O fórum internacional também atrai grupos ambientalistas, cientistas, líderes empresariais, celebridades e jornalistas — e manifestantes exigindo que os governos acelerem e cumpram suas promessas.
R: A conferência acontecerá na cidade turística costeira egípcia de Sharm el-Sheikh, de 6 a 18 de novembro.
Desde que Berlim sediou a primeira cúpula, há quase três décadas, o local do evento foi alternado entre os cinco continentes da ONU: África, Ásia, América, Europa Central e Oriental e Europa Ocidental.
A localização deste ano foi definida a partir de apelos para que a conferência priorizasse os países africanos, que são alguns dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, apesar de estarem entre os menores emissores de poluentes. A escolha, porém, também provocou críticas ao histórico de direitos humanos do Egito.
R: A cúpula de alto nível é uma oportunidade de reunir líderes mundiais no mesmo espaço para discutir a proteção do planeta. Os temas incluem biodiversidade, água, gênero e transporte.
As mudanças climáticas aumentaram as agendas políticas à medida que enchentes, secas, incêndios florestais e condições climáticas extremas prejudicam milhões de pessoas, lares e economias em todo o mundo.
Sob um acordo de Paris de 2015, os países concordaram em trabalhar para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius, em comparação com os níveis pré-Revolução Industrial e, de forma mais ambiciosa, se possível, não superar 1,5 Celsius.
Rishi Sunak, novo primeiro ministro britânico, estará na COP27 (AP Photo/Aberto Pezzali)
Mas um relatório da ONU, no mês passado, alertou que o mundo poderia estar a caminho de um aumento de 2,5 graus Celsius nas temperaturas globais até o final do século 21, caso não tomasse medidas rígidas.
R: De acordo com seus organizadores no Egito, cerca de 100 chefes de Estado e de governo viajarão para o balneário do Mar Vermelho.
O presidente Biden, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz estão entre os que planejam participar. As ausências notáveis incluem o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping, embora o negociador climático chinês, Xie Zhenhua, deva participar.
O novo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Rishi Sunak, ganhou as manchetes quando disse que ficaria longe da COP27 para se concentrar em desafios domésticos urgentes. Desde então, ele fez uma inversão de marcha e confirmou que participará.
Outra ausência notável este ano é a ativista sueca do clima Greta Thunberg, que denunciou o evento deste ano como um fórum para “lavagem verde” por empresas e países, com espaço “extremamente limitado” para a sociedade civil. “Assim, as COPs não estão realmente funcionando”, disse ela, “a menos que as usemos como uma oportunidade de mobilização”.
R: Espera-se que os governos avaliem o progresso nas promessas climáticas centradas em reduzir as emissões, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, aumentar o uso de energia renovável e garantir que os países mais ricos apoiem as nações mais pobres que sofrem o impacto das mudanças climáticas.
Em um passo significativo na COP do ano passado, os líderes mundiais reconheceram que o progresso foi lento, concordando em “revisitar e fortalecer” suas metas climáticas nacionais. Mas, na prática, isso não saiu do papel.
Este ano, ativistas expressaram preocupação de que as restrições do governo e a localização da conferência na altamente protegida Península do Sinai reduzirão as manifestações. Na COP do ano passado em Glasgow, na Escócia, cerca de 100.000 pessoas marcharam pela ação climática.
R: Não importa onde você esteja, você pode sintonizar debates públicos e fóruns na COP27 online, com transmissões ao vivo, blogs e eventos virtuais no site oficial aqui. Grande parte da tomada de decisões e disputas políticas, no entanto, permanece a portas fechadas.
Além da cobrança aos governos, a ONU realiza campanha promovendo “ações individuais” para incentivar as pessoas comuns a reduzir suas emissões de carbono. Incentiva a reciclagem do lixo, o uso de transporte público e a redução do uso de energia.
