SAÚDE

Bilhões de pessoas ainda consomem gordura trans

Apesar do alerta da OMS, o consumo desse tipo de gordura se mantém alto em todo o mundo

Por: Carlos Taquari
Da redação | 24 de janeiro de 2023 - 21:55

A Organização Mundial de Saúde havia estipulado o ano de 2018 como meta para eliminação total da gordura trans, produzida pela indústria e acrescentada nos mais diversos tipos de alimentos. Quatro anos se passaram e o consumo desse tipo de ingrediente não diminuiu. Dados da OMS indicam que, pelo menos, 5 bilhões de pessoas consomem alimentos produzidos com esse tipo de gordura. Isto significa um aumento acentuado no risco de doenças cardiovasculares, que podem se tornar fatais.

A OMS monitora todos os anos os níveis de consumo dessa substância, em escala global e tem insistido com as autoridades de saúde para que levem adiante projetos destinados a alterar os padrões industriais. A gordura trans é encontrada, principalmente, em alimentos ultraprocessados, óleos de cozinha, sorvetes, salgadinhos, refeições congeladas e outros.

Dados da OMS indicam que o consumo de alimentos com essa substância provoca mais de 500 mil mortes, por ano, causadas por doença arterial coronariana, ou seja, a obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o coração.

Leia também:
■ Grupo de jovens abandona o celular e foge das redes sociais
■ Adeus Botox? Injeções de DNA podem eliminar as rugas e sem efeitos colaterais

O relatório deste ano da Organização lembra que, além de não trazer qualquer benefício à saúde, a gordura trans provoca enormes danos ao organismo, além de custos gigantescos para os sistemas de saúde. “Eliminar a gordura trans é econômico e traz enormes benefícios para a saúde”, alerta o documento.

Dos quase 200 países associados à OMS, apenas 43 adotaram políticas rigorosas visando a redução dessa substância nos alimentos industrializados. Já os países que ignoram as orientações da OMS, como Azerbaijão, Butão, Equador, Egito, Irã e Paquistão, entre outros, apresentam os maiores índices de mortalidade relacionados com as doenças coronarianas.

De maneira geral, as políticas destinadas a reduzir o consumo desse ingrediente se baseiam no limite obrigatório de 2g de gordura trans a cada 100g de gordura total, em todos os alimentos – como prevê a legislação brasileira. Mas nem sempre esse limite é obedecido. Outra providência é a proibição ao uso de óleos parcialmente hidrogenados como ingredientes nos alimentos processados.

+ DESTAQUES