França promete ajuda à Alemanha para enfrentar o corte no fornecimento de gás pelos russos
A Ministra de Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, fez uma dura advertência à Rússia, ao afirmar que o governo de Vladimir Putin não deve colocar em dúvida a determinação dos líderes do bloco europeu de se unirem diante da crise de energia provocada pelo boicote às exportações de gás por Moscou.
“O elefante está na sala, na questão da energia”, disse a ministra, em encontro com diplomatas alemães, em Berlim. Em seguida, ela alertou: “Todos devemos estar preparados. A tentativa de provocar uma divisão entre os países do bloco é uma das estratégicas da Rússia para os próximos meses. A questão principal é se teremos condições de garantir o fornecimento de gás para toda a população dos países da União Europeia. E seremos submetidos a esse duro teste”, acrescentou Baerbock.
Pouco depois da fala da ministra, o presidente Emmanuel Macron anunciou que a França está preparada para iniciar o envio de gás à Alemanha, a fim de compensar as perdas com o corte no fornecimento do produto pela Rússia. “Estamos preparados para ajudar a Alemanha”, afirmou Macron, após uma conversa pelo telefone com o chanceler alemão Olaf Scholz. Os dois dirigentes prometeram reforçar os laços entre os dois países, diante da crise energética e econômica provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Na tentativa de amenizar a crise no setor energético, a Alemanha estuda agora a reativação dos reatores nucleares desligados, em 2021. Atualmente, a energia nuclear responde por 13,3% do consumo no país e é fornecida por três reatores, de um total de seis ainda em condições de uso.
Há pouco mais de dois anos, ainda no governo da chanceler Angela Merkel, a Alemanha cedeu aos apelos dos ambientalistas e deu início a um programa de desativação da energia nuclear no país. O plano previa o fim do uso desse tipo de energia no final de 2022. Mas, agora, o programa foi suspenso e os três reatores devem voltar a operar em breve.