“O mundo está doente, com muitas pessoas feridas tanto no corpo, mas também feridas em sua dignidade. E da mesma forma nós percebemos que as pessoas estão fragilizadas e por isso, precisam cada dia mais de um direcionamento”. A partir dessa reflexão, o padre Reginaldo Manzotti acredita que é preciso utilizar as redes sociais para chegar cada vez mais próximo das gerações mais jovens. “As redes sociais, sem dúvida, são os novos espaços de evangelização a serem ocupados pela Igreja”.

A responsabilidade é muito grande. Nas redes, mais de 4,7 milhões de seguidores leem suas postagens. Seu objetivo é que a partir da espiritualidade ele possa ajudar pessoas a criar e construir um mundo melhor. Que ele acredita que é possível. Por isso, entende que uma das maiores virtudes do homem é a fé.

Padre Reginaldo celebrando uma de suas primeiras missas. (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com o padre Reginaldo, a fé é um dom de Deus concedido a todos nós. Entretanto, ela precisa ser exercitada, nutrida. Seja pela palavra de Deus, pela oração ou pela vida sacramental. “A Sagrada Escritura é um tesouro inesgotável de sabedoria que nos permite ouvir a Deus. Não um Deus distante, inacessível, mas um Deus que se compadeceu da humanidade e por amor enviou o Seu Filho. Em Jesus, temos a esperança. Ele venceu a morte e conquistou para nós a vitória, essa é a esperança que não decepciona”.

Atuação

Hoje, padre Reginaldo é conhecido. Não apenas em Curitiba, onde celebra a missa todos os dias no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e Jesus das Santas Chagas. Ele também apresenta um programa de TV matinal chamado “Experiência de Deus”, escreve livros e ainda é um usuário ativo nas redes sociais. Admite que no início foi contra. Ainda na época do Orkut não achava que seria um espaço pra ele.

Hoje, ele acredita que pessoas de diversas faixas etárias querem conteúdos evangelizadores, motivacionais, mas também que combatam o cinismo, a idolatria do eu ou mesmo as fake news. Por isso, é um admirador do papa Francisco e um defensor das atuais políticas de reforma da Igreja.

No início deste ano, o padre lançou seu 26º livro, “Nunca Foi Segredo”. Considerado um “manual da felicidade”, em que cita valores que segundo ele, estão sendo esquecidos. Além dos livros, das missas, ele está nas redes, não como figura pessoal, mas pública de Padre Reginaldo Manzotti. É lá que ele também fala sobre fé, esperança e vida. “Acima de tudo, a oportunidade de refletir onde estão suas enfermidades, onde estão as suas fragilidades e como isso pode ser transformado em resiliência, em coragem, determinação para fazer diferente.

O ingresso no sacerdócio

Reginaldo ainda criança com seus pais na Igreja. (Foto: Arquivo Pessoal)

E sim, o mundo hoje está diferente. Muito diferente de quando ele era apenas um menino na catequese. Diferente de quando entrou para o sacerdócio.

Com tradição familiar na religião Católica, Reginaldo participava desde muito pequeno das atividades da Igreja. Além das missas, participava do teatro infantil, com encenações da vida de Jesus Cristo e também coral. Certamente, por isso começou a gostar tanto daquele ambiente.

Mas, foi o padre da sua paróquia em Paraíso do Norte, Paraná, Monsenhor Séttimo Giacobo, que despertou nele o interesse de seguir o caminho da religião.  Aos 11 para 12 anos entrou no seminário para se tornar padre. O que ele mais admirava  no Monsenhor era como ele era uma pessoa culta. Ele tinha uma ótima oratória, além de ser um homem muito respeitado na cidade. Naquele ambiente e com a figura do Monsenhor como exemplo, ele não demorou muito para descobrir que seu objetivo era a evangelização.