Também chamados de exoterras, pelas semelhanças existentes, foram localizados próximos a uma estrela vermelha
Astrônomos da Universidade de La Laguna, na Espanha, detectaram dois planetas orbitando perto da estrela GJ 1002. A Gliese é uma estrela anã vermelha, semelhante ao sol, mas com apenas 12,5% do seu tamanho. Os cientistas utilizaram dois espectrógrafos, Espresso e Carmenes para localizar os planetas. A máquina utilizada se assemelha a uma câmera que capta não só as imagens, mas a distância de um local a outro na foto. A descoberta foi publicada na revista científica Astronomy & Astrophysics.
Os dois novos exoplanetas – assim chamados porque estão fora do Sistema Solar – foram localizados a 16 anos-luz de distância do Sol. Cada ano-luz tem cerca de 9,5 trilhões de quilômetros.
Para o cientista, Alejandro Suárez Mascareño, do Instituto de Astrofísica de Canárias e da Universidade de La Laguna, a descoberta dos exoplanetas semelhantes à Terra é um grande acontecimento no mundo da astronomia. “Graças às pesquisas de velocidade radial e trânsito, mais de 5.000 exoplanetas já foram descobertos. Então, nossas capacidades técnicas se expandiram rapidamente, permitindo alcançar planetas de massa cada vez menor e raio menor e, eventualmente, entrar no reino dos planetas com massa semelhante à terrestre.” afirmou Suárez.
A GJ 1002 foi observada pelo instrumento CARMENES (Calar Alto Observatory) entre 2017 e 2019, e pelo ESPRESSO (Very Large Telescope) entre 2019 e 2021. Somente agora será possível aprofundar os estudos nos dois exoplanetas. Os cientistas acreditam que, nos próximos anos com o avanço da pesquisa vai ser possível afirmar ou descartar a possibilidade dos exoplanetas serem habitáveis.
Para o astrônomo, Ignasi Ribas, professor do Instituto de Ciências Espaciais e diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha, os dois novos planetas, chamados GJ 1002b e GJ 1002c, têm massas semelhantes à da Terra e estão localizados dentro da zona habitável de sua estrela-mãe e por isso podem ser propensos para seres vivos.
“A proximidade de GJ 1002 com o Sol (em termos espaciais) torna os tamanhos angulares das órbitas de ambos os planetas grandes o suficiente para que sua atmosfera seja estudada por meio de espectroscopia de alta resolução e alto contraste com instrumentos como o futuro espectrógrafo ANDES para o ELT ou em missões futuras ”, concluiu Ribas.